“Actualmente, continua-se a apostar num sistema de produção alimentar onde a produção de carne tem um peso enorme. Este permite apenas gerar alimentos de origem animal que não chegam para alimentar nem sequer metade do total da população humana, implicando custos que tornam estes alimentos inacessíveis para os mais pobres. ”
A produção de vegetais poderia, com alguma facilidade, gerar uma quantidade de alimentos completos, de muito mais fácil, menos dispendiosa e de mais eficaz produção e distribuição. Poderia ser suficiente para alimentar todos os humanos que existem na Terra, tanto os famintos como os não famintos, gerando alimentos mais baratos, mais acessíveis, de mais fácil produção e mais saudáveis.
É sabido que as causas da fome no mundo são essencialmente políticas e não se devem, necessariamente, à falta de alimentos. Mas é também verdade que a produção animal dificilmente poderia gerar alimentos para os 6 mil milhões de humanos que existem no planeta – e o número não pára de crescer. Além disso, se se tentasse produzir alimentos animais para toda a população humana, as consequências ambientais e para os animais que daí decorreriam seriam assustadoras, afectando também drasticamente os humanos. O mesmo não se pode dizer da produção de vegetais, que poderia ser mais fácil e mais sustentável, e corresponder de forma equilibrada a estas necessidades.
Está preocupado com a sua saúde e com a saúde dos outros humanos com quem vive no planeta? Então, seja vegetariano!
• Para corresponder à imensa procura, assim como à busca cega do lucro que a indústria agro-pecuária sempre procura, a pressão para fazer com que os animais cresçam aceleradamente, fiquem demasiadamente grandes e subsistam aos ambientes sujos, sobrelotados e doentes das unidades pecuárias, tem sido imensa – para enorme prejuízo da saúde de quem come a carne destes animais, o seu leite e os seus ovos, e, claro, para tremendo prejuízo dos animais que são explorados, o uso massivo e sistemático de antibióticos nos animais tornou-se uma prática comum. Para impedir que um grande número de animais morra com as doenças que são provocadas pela maneira como são explorados, os produtores pecuários entopem estes animais de grandes quantidades de antibióticos, sem se preocuparem com questões de qualidade e segurança alimentar para humanos – e certamente não se preocupando com a saúde ou o bem-estar dos animais;
• Têm-se tornado cada vez mais comuns doenças muito graves que afectam os animais explorados pela indústria pecuária devido às condições em que são criados, e que escapam às tentativas de controlo destas por meio do uso massivo de antibióticos – gripe aviária, encefalopatia espongiforme bovina (BSE), brucelose, leucose, peste suína, febre aftosa, etc.. Além de terem consequências que se abatem violentamente sobre estes animais – que, além da violência a que são sujeitos e das pobres condições em que são mantidos, ainda ficam doentes e são depois massiva e brutalmente mortos em “abates sanitários” -, várias pessoas têm adoecido e muitas pessoas morreram depois de terem ficado contaminadas com estas doenças por terem consumido alimentos animais;
• Ao invés de lerem estes sinais como indicações muito claras de que devem mudar de métodos de produção (tanto por preocupação com o bem-estar animal quanto por preocupação com a saúde humana e a segurança e qualidade alimentar), os produtores pecuários insistem em manter os sistemas de produção intensiva o mais mecanizados e artificiais que consigam, sempre de modo a que dêem o máximo de lucro possível, o que deixa claro o quão (des)preocupada está esta indústria com os consumidores dos seus produtos;
• O consumo de alimentos animais está associado a uma variedade de problemas de saúde tão graves como várias formas de cancro, problemas cardíacos, obesidade e osteoporose; ainda assim, a indústria agro-pecuária e os seus promotores investem muitos milhões de euros em estratégias publicitárias com as quais procuram convencer o público de que mais saúde equivale a maior consumo de alimentos animais – algo que, cada vez mais, é fortemente desencorajado por médicos e especialistas em nutrição em todo o mundo;
• Uma parte muito importante dos orçamentos dos sistemas públicos de saúde é gasta no tratamento dispendioso de uma variedade de problemas de saúde que as pessoas contraem com frequência e que estão, muitas vezes, associados ao consumo de animais e de alimentos de origem animal. Se as autoridades públicas de saúde apostassem na prevenção destes problemas de saúde, nomeadamente na educação de crianças e jovens, assim como da população adulta, para terem uma alimentação mais equilibrada e saudável (necessariamente vegetariana), eliminarem o consumo de álcool e tabaco, e para fazerem exercício físico regular, conseguiriam diminuir drasticamente a taxa de incidência destes problemas de saúde, assim como as fatias dos orçamentos públicos que são actualmente gastas no tratamento – por oposição à prevenção -, libertando mais dinheiro para prestar assistência económica e social às comunidades mais pobres, dando-lhes a oportunidade de sairem do ciclo de pobreza e privação em que vivem.
Está preocupado com as pessoas que não têm o que comer? Então, seja vegetariano!
• Continuar a manter os animais e os alimentos de origem animal como as fontes principais de alimentos para a população humana do planeta é condenar milhares de milhões de pessoas à fome;
• Criar animais para serem transformados em carne ou para gerarem ovos e leite é um grande erro de economia alimentar. Os animais que são explorados com fins alimentares consomem muitas mais calorias do que aquelas que se produzem em forma de carne ou outros alimentos animais. A carne é o alimento mais caro, desde logo porque os animais precisam de muito mais energia para viver do que aquela em que são transformados em forma de alimento;
• Se os terrenos agrícolas actualmente usados na criação de animais fossem usados na produção de vegetais, gerariam uma quantidade substancialmente maior de alimentos para consumo humano do que actualmente geram, permitindo alimentar um número muito superior de humanos do que actualmente permitem fazer – e de modo ética e ecologicamente mais correcto.
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