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sábado, 26 de janeiro de 2019
Será o óleo de coco saudável?
Será o óleo de coco a solução para todos os problemas de saúde? Talvez não...
Uma revisão à literatura disponível sobre os efeitos do consumo de coco nos fatores de risco de doença cardiovascular em humanos incluiu 21 estudos, 8 dos quais são estudos clínicos.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26946252
Alguns resultados e conclusões:
- O óleo de coco aumenta mais os níveis de LDL do que as gorduras insaturadas e ligeiramente menos do que a manteiga;
- Substituir óleo de coco por gorduras insaturadas provavelmente diminui o risco de doenças cardiovasculares.
O óleo de coco é uma gordura saturada (92%) composto maioritariamente por ácido láurico (C12:0). As alegações de saúde associadas ao óleo de coco referem o facto de este óleo ser uma fonte de ácidos gordos de cadeia média (MCT). Ao contrário de outras gorduras saturadas, os MCT são metabolizados de forma mais eficiente pelo nosso organismo, sendo absorvidos diretamente para o fígado por difusão passiva.
No entanto, os estudos existentes que mostram benefícios para a saúde utilizam dois ácidos gordos de cadeia média diferentes: ácido caprílico (C8:0) e ácido cáprico (C10:0), de cadeia mais curta do que o ácido láurico. Este último, do ponto de vista do metabolismo, funciona mais como um ácido gordo de cadeia longa, uma vez que 70 a 75% da sua absorção dá-se através de quilomícrons, tal como outras gorduras saturadas.
http://ajcn.nutrition.org/content/56/5/895.abstract
Nesse sentido, apenas menos de 3% do óleo de coco é composto verdadeiramente por ácidos gordos de cadeia media (C8:0, C10:0), o que pode explicar porque o seu consumo está associado a um aumento de LDL superior a gorduras insaturadas como o azeite ou outros óleos vegetais.
Alguns argumentos apontam para o facto de populações com um consumo alto de coco não terem incidências elevadas de doenças cardiovasculares. No entanto, estas populações autóctones consomem ou o coco inteiro ou creme de coco esmagado e não óleo. Além disso esses produtos são consumidos no contexto de uma dieta tradicional, pobre em alimentos processados e rica em alimentos vegetais.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7462380
Relativamente ao consumo de gorduras saturadas, um estudo recente que incluiu 115782 participantes seguidos ao longo de 21-26 anos, concluiu que o consumo de gorduras saturadas está associado a um risco 18% superior de doenças cardiovasculares (DCV). Substituir gorduras saturadas por gorduras insaturadas, cereais integrais e proteína vegetal está associado a uma diminuição desse risco.
Quando se levou em consideração os diferentes tipo de gordura saturada o aumento de risco é o seguinte: ácido láurico (7%), ácido mirístico (13%), ácido palmítico (18%), ácido esteárico (18%). As recomendações para a prevenção de DCV devem por isso continuar a enfatizar a substituição de gorduras saturadas por fontes de energia mais saudáveis.
http://www.bmj.com/content/355/bmj.i5796
Resumindo: o óleo de coco é uma gordura saturada e como tal deve ser consumida com parcimónia, sendo preferível optar por gorduras insaturadas como o azeite, embora seja superior à manteiga. Parece no entanto que é muito bom para a pele e para o cabelo!
Fontes:
Fazer da cozinha uma farmácia
Gabriel Mateus
o óleo de coco tem 80% de gorduras saturadas na sua composição, as piores que podemos ingerir
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