segunda-feira, 27 de junho de 2011

Asma brônquica e nutrição

por Jaime Pina
Nas sociedades ocidentais verifica-se um aumento importante na prevalência das doenças alérgicas respiratórias. De entre as múltiplas causas para esse incremento, têm sido referidas algumas características que definem os actuais modelos de vida, entre os quais o sedentarismo, o reduzido contacto com a natureza e a nutrição.


Asma brônquica e nutrição
De facto, nas sociedades abastadas do ocidente, os tradicionais hábitos alimentares estão a ser progressivamente substituídos por uma dieta altamente calórica, rica em sal e em gorduras e pobre em vitaminas, minerais e fibras.



Os oxidantes e os antioxidantes

Os primeiros estudos de base científica vieram evidenciar aquilo que era já uma suspeita para todos os investigadores ligados à problemática das alergias e da asma: dietas ricas em frutos, vegetais, antioxidantes e beta-carotenoestavam associadas a um efeito benéfico sobre a asma. Ao invés, uma dieta rica em sal e em gorduras tinha um efeito negativo.

Os frutos e outros vegetais - tomates, cenouras, maçãs, pêras, outros frutos frescos, vegetais folhosos, entre outros - são ricos em antioxidantes, como as vitaminas C e E e o beta-caroteno. Crê-se que estas substâncias têm uma acção protectora da mucosa respiratória nos processos inflamatórios que acompanham a asma, como por exemplo os provocados por agressores do aparelho respiratório, como o ozono, a poluição automóvel e o fumo do tabaco. Uma dieta rica em antioxidantes parece diminuir a prevalência de asma.

Pelo contrário, o consumo de determinadas gorduras encontradas nas margarinas e nos produtos lácteos - ácidos gordos polinsaturados ómega-6 - está associado ao aumento da asma; efeito oposto foi encontrado em dietas ricas em ácidos gordos polinsaturados ómega-3 encontrados nos peixes. Tais factos aconselham a uma redução dos primeiros alimentos (margarinas e produtos lácteos) e aumento dos segundos (peixes) na dieta normal do doente asmático.

Outros constituintes alimentares encontrados sobretudo em peixes, cereais, frutos frescos e vegetais - magnésio, manganésio, flavonóides, selénio, cobrezinco - parecem associados a uma acção benéfica nas doenças alérgicas.



A dieta mediterrânica

Recentemente, num estudo realizado por cientistas portugueses, ficou provado que a chamada dieta mediterrânica está associada a uma redução em cerca de 80 por cento do risco dos doentes asmáticos terem a sua doença mal controlada.

A chamada dieta mediterrânica - a tradicional forma de alimentação dos povos da bacia do mar Mediterrâneo - é conhecida por integrar um conjunto de alimentos com propriedades antioxidantes e antiinflamatórias. Tradicionalmente está ligada a um melhor controlo de muitas doenças crónicas.

Integra hortofrutícolas, leguminosas, cereais integrais, frutos secos, azeite e peixe fresco. Pelo contrário é uma dieta pobre em álcool, lacticínios, carnes vermelhas e produtos processados.



A obesidade

De igual modo, a tendência crescente das populações ocidentais para aobesidade é apontada como elemento favorecedor da asma. A obesidade, resultando quase sempre de sedentarismo e dieta hipercalórica, pode não só estar na génese de muitos casos de asma, como dificultar o controlo da mesma.

aleitamento materno parece ter um efeito preventivo da obesidade que se verifica em muitas crianças e adolescentes.

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