Mas por sua própria natureza cães de gatos não comeriam o que se encontra numa lata de comida para animais de estimação. É preciso estabelecer dietas especiais para gatos, que precisam de um aminoácido chamado taurina encontrado nos músculos de animais.
Já se desenvolveu a taurina sintética, usada em alimentos comerciais (não vegetarianos) para gatos. Gatos vegetarianos devem receber suplementos de taurina. A deficiência de taurina pode causar cegueira e até mesmo morte. Os gatos também precisam de vitamina A pré-formada e ácido araquidônico.
Todos os alimentos vegans para gatos contêm esses ingredientes essenciais, e as empresas norte-americanas listadas abaixo os incluem em seus produtos para felinos. Consulte o veterinário a respeito da mudança da dieta de seu bichinho de estimação, caso esteja preocupado.
Não só é POSSÍVEL alimentar a maioria dos cães e gatos com uma dieta sem carne como também é DESEJÁVEL. Comprar comida "normal" para animais domésticos é dar apoio à mesma indústria da carne, com toda a sua corte de crueldade, exploração, desperdício e danos ambientais, à qual o veganismo tanto se opõe.
Por que dez cavalos/vacas/galinhas/patos ou qualquer outro bicho têm de sofrer e morrer todo ano só para sustentar seu gato ou cachorro de estimação?
Este não é um caso de "imposição de crenças" a seus animais de estimação (ou de companhia, ou como quer que você os chame), já que você não os está forçando a comer nem está impedindo que comam animais selvagens do local em seus passeios pela vizinhança.
Além disso, animais não têm moral nem crenças. Fazem o que for necessário para sobreviver, e não demonstram preferência por isto ou aquilo com base no impacto causado sobre outras coisas. Nós, no entanto, podemos tomar decisões morais/éticas -- tais como a decisão de ser vegan.
No ambiente selvagem, sobreviver significa "matar alguma coisa ou morrer de fome", mas se seu animal já está sendo alimentado isto se torna desnecessário. Além disso, a alimentação vegan não é menos natural para um cão ou gato de estimação do que outros tipos de alimentação.
Em primeiro lugar, o cão ou gato domesticado tem pouca semelhança com seus primos selvagens, e assim já estamos numa situação artificial.
Em segundo lugar, o próprio ato de dar-lhe alimentos tirados de uma lata (em vez de deixá-lo procurar sua própria comida) é antinatural, e assim você pode muito bem aperfeiçoá-lo. Em terceiro lugar, o verdadeiro conteúdo das latas de alimentos comerciais para animais domésticos não tem semelhança alguma com o que um cão ou gato comeria em ambiente selvagem... Você consegue imaginar seu querido bichano matando cavalos e vacas e mergulhando no fundo do mar para pescar atum?
Ver também:
(Folheto Informativo da da Sociedade Vegetariana do Reino Unido) Receitas
Fonte
DIETA VEGETARIANA PARA CÃES E GATOS
Há muita curiosidade das pessoas em saber se uma dieta vegetariana pode ser saudável e adequada para o cão e o gato. Para os que têm dúvidas, já existem estudos que comprovam que eles podem ser vegetarianos.
Este artigo responde às dúvidas mais comuns, já que não há nenhuma razão científica que ateste ser impossível que o cão ou o gato possam ter uma vida totalmente saudável com uma dieta vegetariana. É necessário apenas que ela atenda algumas exigências: ser formulada e produzida de forma a satisfazer todos os requisitos nutricionais, que esteja acondicionada apropriadamente, que seja palatável e facilmente identificada como alimento para os animais e, finalmente, que atenda os requisitos de segurança alimentar.
Assim como as demais espécies animais, o cão e o gato têm exigências específicas de nutrientes e não de ingredientes específicos. A exploração zootécnica racional exige a utilização de ingredientes produzidos localmente e, obviamente, de menor custo e maior disponibilidade para o atendimento aos parâmetros razoáveis de custo e beneficio.
Pode ser considerado natural ao cão e ao gato comer carne?
Nos primórdios, quando vagavam nas savanas, matas e planícies, eram predadores. Portanto, tinham o hábito de caçar, matar e comer outros animais: pequenos herbívoros, roedores e pássaros. Suas vítimas eram totalmente mastigadas e engolidas. Quando as vítimas eram maiores, como os pequenos ruminantes, agiam como agem até hoje os grandes carnívoros em seus habitats naturais, abrindo a cavidade torácica e a abdominal, onde encontram o conteúdo do aparelho digestivo, em geral, vegetais ainda não digeridos ou parcialmente digeridos, tais como grãos e folhas. Somente depois de se alimentar desse conteúdo, comem as vísceras, a gordura e alguns ossos.
Essa observação permite afirmar que, desde as priscas eras, tanto os pequenos como os grandes carnívoros estão aptos a digerir alimentos vegetais e deles obter os nutrientes de que necessitam.
Na verdade, a dieta dos seres vivos deve ser adequada às suas necessidades: em primeiro lugar para a manutenção de uma vida saudável e, depois, para atender à exigência do crescimento, da reprodução e da produção, seja ela de músculos, trabalho muscular, leite, ovos ou mel.
Como animais de estimação, os cães e os gatos vivem na companhia dos humanos há milênios, competindo e comendo todos os tipos de alimentos que lhes são comuns. Portanto, não é estranho nem anti-natural que comam vegetais.
Quando da classificação das espécies, feita por volta do ano de 1735 por Linée, houve uma tendência inicial de valorizar mais as características morfológicas e o comportamento alimentar de indivíduos semelhantes.
Atualmente, de acordo com a evolução do conhecimento humano e para dar mais precisão à classificação, semelhanças bioquímicas e genéticas vêm determinando mudanças nos critérios de classificação.
O Nutriente Proteína
O nutriente mais questionado em toda esta polêmica carnívoro/onívoro é a proteína. Dá-se o nome de proteína, seja ela vegetal ou animal, a uma macromolécula formada por dez átomos: cinco de hidrogênio (H), dois de carbono (C), dois de oxigênio (O) e um de nitrogênio (N). Mas o que caracteriza a riqueza de uma fonte protéica são os aminoácidos essenciais que a compõem, e são estes aminoácidos que, tanto o cão como o gato, não podem sintetizar. Por isto têm que recebê-los prontos em suas rações.
Diversos livros sobre alimentação animal, artigos e palestras afirmam que as fontes de proteínas vegetais são pobres do ponto de vista nutricional. No entanto, comparando com outras fontes de proteínas (Quadro 1), vê-se que não há suporte para essa afirmação.
Digestibilidade
Sobre digestibilidade é interessante observar a experiência científica nacional. As fontes de proteínas vegetais são de melhor digestibilidade ou iguais às fontes de proteína animal. (Quadro 2)
Digestibilidade das Rações Vegetarianas
Para se avaliar a digestibilidade dos nutrientes das rações destinadas à alimentação de cães foi desenvolvida, em canil sediado em Araraquara-SP, uma pesquisa com duas rações contendo carne e vegetais, e uma terceira exclusivamente vegetariana. (Quadro 3)
Percebe-se que em matéria de segurança alimentar, a dieta vegetariana é uma opção saudável também para cães e gatos, principalmente nestes tempos de síndrome de vaca louca e de gripe aviária. A síndrome da vaca louca já migrou dos ovinos para os bovinos, caprinos, cães, humanos, e gatos e, conforme noticiado pela mídia, a gripe aviária teria sido a causa da morte de um gato na Alemanha.
Sempre tive curiosidade em saber por que certas pessoas abdicam do prazer de comer carne. Talvez por motivação filosófica, religiosa ou simplesmente por não lhes apetecer ou ainda não apreciar seu aspecto sangüíneo ou odor quando crua.
Encontrei em escrituras religiosas algumas frases que possivelmente tenham influenciado e justificado a opção por uma dieta vegetariana. Gênesis 9:4 - “A carne, porém, com sua vida, isto é com seu sangue não comereis”; Levítico 7:26 - “E nenhum sangue comereis em qualquer das vossas habitações, quer de aves quer de gado”;Isaías 11:6 - “O urso será levado pela mão de uma criança, o lobo e o carneiro comerão na mesma manjedoura, o leão e o touro comerão da mesma palha”; Buda - “Aos sete anos de idade o príncipe Siddharta (Buda) num dia de primavera quando se comemorava uma festa de plantio, saiu ao campo acompanhado por seu pai. Contemplando como um agricultor lavrava a terra, viu um pequeno
pássaro que levou em seu bico um pequeno inseto que ficou preso no arado que removia a terra. Pobres das criaturas vivas que se comem umas as outras! E dizendo isto se sentou ao solo embaixo de uma árvore em profunda tristeza a meditar”.
Devo esclarecer que não sou vegetariano, mas sim, que respeito o direito à opção dietética que fazem. Acredito na vida saudável com uma dieta vegetariana exclusiva, tanto para os humanos, como para seus animais de companhia, o cão e o gato.
Dr. Walter de Albuquerque Araújo
Médico Veterinário CRMV-SP Nº 0730
Diretor Executivo da WS - Consultoria & Nutrição Científica S/C Ltda.
Diretor e Membro Emérito do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal - CBNA
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