segunda-feira, 22 de junho de 2015

Espinafre tem contra-indicações!

Contra-indicações: 
 o espinafre não deve ser consumido em excesso, pois causa efeitos contrários às vantagens apresentadas: por possuir grande quantidade de ácido oxálico, pode inibir a absorção do ferro e do cálcio pelo organismo e formar pedras nos rins. 

O Espinafre, sendo uma planta com muitas propriedades medicinais, tem também algumas Contra-Indicações e deve ser evitado por pessoas reumáticas ou com problemas de fígado e rins ou ainda com inflamações do tubo digestivo e vias urinárias. É também importante evidenciar alguns efeitos que se podem manifestar, pois sabe-se que pode causar irritações no trato digestivo e alergias em pessoas sensíveis, principalmente em bebés e crianças, devido à elevada concentração de nitratos e oxalatos. 

Para diminuir este efeitos, escolha alimentos com vitamina C.

O MITO DO ESPINAFRE

Se alguma vez você comeu espinafre achando que ia ficar forte igual ao Popeye, já deve ter percebido que esse vegetal não é tão poderoso quanto promete o marinheiro nos desenhos animados.

O mito do espinafre começou com uma confusão muito tempo atrás, em 1870, envolvendo um pesquisador americano, o Dr. E. Von Wolf. Um artigo publicado por ele saiu com um erro de datilografia: faltou uma vírgula no número que indicava a quantidade de ferro do espinafre. O resultado foi que a verdura ficou parecendo que tinha dez vezes mais ferro do que realmente possuía.

O ferro é um mineral importante para o organismo humano e a falta dele provoca anemia ferropriva, uma doença que geralmente deixa a pessoa sem fome, cansada, pálida, sem disposição para o trabalho e com dificuldade para aprender.

Somente em 1937, químicos alemães decidiram reinvestigar o milagroso vegetal e corrigiram o erro. Mas Popeye já estava por aí, propagando o mito do espinafre. O personagem surgiu em 1929, nas histórias em quadrinhos, e em 1933 estrelou, pela primeira vez, um desenho animado.

Além de o espinafre não ter tanto ferro quanto se acreditava, ele possui ainda uma substância chamada ácido oxálico, que impede a absorção do ferro, fazendo com que ele seja eliminado nas fezes.

Mas o ferro contido nos vegetais pode ser melhor absorvido se você comer, na mesma refeição, alimentos com alto teor de vitamina C, como acerola, abacaxi, kiwi, laranja, limão, pimentão, repolho ou tomate, que são estimulantes. Essa combinação é fundamental para os Vegetariana.

Agora que você já sabe a verdade sobre o espinafre, não vai achar que pode cortá-lo do seu cardápio e finalmente se ver livre dele. O alimento predileto do marinheiro Popeye possui substâncias antioxidantes, que ajudam a prevenir diversas doenças, como o câncer, além de muitas vitaminas.

Uma xícara de espinafre cru fornece toda a quantidade de vitamina A que uma pessoa precisa por dia e quase metade da quantidade de vitamina C diária recomendada pelos médicos. Ele também fornece folato, um nutriente importante para mulheres grávidas ou que estejam planejando engravidar, pois ajuda a prevenir defeitos neurológicos no bebê.

Em grande quantidade, no entanto, o espinafre pode ter até efeitos tóxicos, principalmente, quando consumido com alimentos ricos em cálcio. Em 1951, nos Estados, crianças recém-nascidas morreram ao tomar leite batido com espinafre. O objetivo era enriquecer a bebida com ferro. Então, nada de exageros, ainda mais com crianças muito pequenas.


Para aproveitar melhor os nutrientes do espinafre, consuma-o cru ou apenas cozido no vapor.



Sobre os espinafres
Sobre os espinafres

O espinafre é uma hortaliça com enorme valor fisiológico e nutritivo, bastante rico em vitaminas, minerais em forma de sais, clorofila, oligoelementos e fermentos. 100g de espinafre contêm 93 g de água; 2,3 g de proteínas; 0,3 g de gordura e 1,8 g de hidratos de carbono e apenas umas 20 calorias. Também contém quercitina, um fitoquímico com propriedades antioxidantes, vitamina K, magnésio e manganésio.

Pensa-se que o mito da riqueza em ferro dos espinafres tenha sido propagado por um erro matemático do dr. E. von Wolf em 1870, mas em 1937 químicos alemães corrigiram-no. Segundo investigadores da Universidade do Estado da Pensilvânia nos E. U. A., poucos dias após a colheita os espinafres começam a perder nutrientes, pelo que devem ser consumidos o mais depressa possível após a compra, aproveitando sempre a água de cozedura para que não se perca nada do seu valor. De facto, após 8 dias no frigorífico a temperatura pouco baixa, os espinafres perdem cerca de metade dos nutrientes, pelo que se deve reduzir a temperatura e o tempo de conservação.

Os espinafres contêm níveis altos de oxalato (sal do ácido oxálico), o qual se liga ao ferro formando oxalato ferroso, o que significa que não pode ser decomposto nem absorvido pelo metabolismo pois interfere na absorção de minerais, nomeadamente de ferro e cálcio. Assim, este vegetal não deve ser cozinhado juntamente com alimentos ricos em cálcio, mas a sua proteína deve ser complementada com a do arroz ou a de outros cereais. É difícil para o nosso organismo absorver de forma óptima o ferro não-heme* de origem vegetal, por isso o consumo de espinafres deve ser concomitante com alimentos ricos em vitamina C. O ácido oxálico também pode representar um problema para pessoas propensas a pedra nos rins e na bexiga (que se formam dos oxalatos).

Sem exagero, costuma dizer‑se que os elementos activos do espinafre são tão numerosos que substituem meia farmácia. De facto, esta saborosa hortaliça de folha é rica em cálcio, fósforo e enxofre. Só com estes três factores ocuparia já um lugar destacado no regime nutritivo, contudo o espinafre oferece ainda uma composição ideal de toda a melhor farmacopeia que é necessária e eficaz para a formação do sangue, ou seja: arsénico (0,009 mg em 100g), cobre, iodo, ferro (10mg em 100g), vitamina C e clorofila, que é quimicamente muito parecida com a hemoglobina humana. Contém também vitamina A (a vitamina para a protecção da pele e das mucosas) em quantidade notável e vitaminas do grupo B. Note‑se de igual modo a presença da secretina no espinafre, que combinada com a saponina (elemento de características semelhantes às do sabão) exerce um efeito de aceleração e aumento da secreção no fígado, na vesícula biliar, no pâncreas, estômago e intestinos. O espinafre é também uma boa fonte de luteína, um tipo de carotenóide altamente eficaz na prevenção de cancro do cólon, uma das causas de morte mais comuns em Portugal. A luteína não se encontra em suplementos, mas apenas em frutas e vegetais frescos. A propósito deste carotenóide, investigadores do Centro Médico da Universidade do Utah, E. U. A., concluíram que o risco de cancro do cólon foi significativamente reduzido em 1993 pacientes com níveis de ingestão de luteína mais elevados. Ao contrário de outros carotenóides, a luteína tem um efeito protector mais eficaz a nível das membranas.

No seu livro A Saúde Pelos Alimentos, o Dr. Ernest Scnheider elege mesmo este legume da seguinte forma: «(...)o espinafre ocupa o primeiro lugar, com grande vantagem, entre as hortaliças, pelo seu conteúdo em proteínas, vitaminas e elementos minerais (...)» e refere a sapiência das Árabes em relação ao mesmo: «…Árabes… sabiam que o espinafre é “bom para o fígado, remédio para a icterícia e laxante para a digestão”.»

O efeito curativo do espinafre ou do seu suco já demonstrou eficácia no tratamento de obstipação, sede, diabetes, tonturas, acne, desmineralização óssea, hipertensão, anemias (sobretudo nas chamadas hipocrónicas), durante os anos de desenvolvimento, na aceleração da reposição de sangue, no pós operatório, eczemas cutâneos crónicos, insuficiência funcional das glândulas digestivas (fígado, pâncreas), escrófulas, avitaminoses, assim como em hemorragias internas ocultas ou declaradas. Uma alimentação abundante em espinafres, sempre que não se consumam muitos alimentos de grande produção de ácidos, tais como carne, ovos, avelãs, nozes e semelhantes ou cereais, tende também a produzir uma reacção alcalina da urina, que é a que se procura nas doenças para a desintoxicação, evacuação e expulsão de sal.

Desempenha igualmente um papel importante nas doenças gástricas da amamentação e da primeira infância, bem como na alimentação dos doentes. O seu conteúdo em ácido fólico ajuda a prevenir problemas de desenvolvimento do feto como a espinha bífida. Também investigadores do Oak Ridge National Laboratories, no Tennessee, E.U.A., constatando a capacidade de este vegetal gerar impulsos eléctricos quando em contacto com a luz durante a fotossíntese, retiraram do espinafre pigmentos fotossensíveis e adicionaram-nos a células nervosas da retina, as quais reagiram na presença de luz, fazendo crer que algumas formas de cegueira podem ser assim tratadas por via da estimulação voltaica.

*heme: designação dos compostos de porfirina e ferro bivalente; pigmento orgânico vermelho complexo que contém ferro e outros átomos aos quais o oxigénio se liga.


Referências:
A Saúde Pelos Alimentos, Ernest Schneider (médico), Publicadora Atlântico, 1977
American Journal of Clinical Nutrition, Fev. 1, 2000

Sem comentários: